Você lembra como era a sala de espera do médico há uns 20 anos? Você sentava, olhava para o relógio, folheava uma revista qualquer ou ficava encarando a parede. Não tinha como escapar do tempo que passava devagar.

O tédio era inevitável, e a gente aprendia a lidar com ele, mesmo sem perceber. Hoje, é só abrir o celular, colocar um vídeo qualquer, responder mensagens, e pronto: fugimos. Mas será que isso é realmente um progresso?

Pensa comigo, quando foi a última vez que você ficou entediado? Sem pegar o celular, ligar a TV ou buscar algo para preencher o vazio do momento? Não lembra? Nem eu.

Hoje, parece que evitamos o tédio a qualquer custo. Estamos tão acostumados a estímulos constantes que qualquer pausa no fluxo parece insuportável.

• O tédio, por mais incômodo que seja, carrega um papel essencial na nossa vida. Ele nos obriga a parar e encarar o que está dentro de nós.

Nas pausas, nos momentos vazios, a mente começa a vagar, e, às vezes, é aí que encontramos respostas, ideias ou até mesmo aquele incômodo que evitamos por tanto tempo. Preenchemos cada segundo com estímulos para evitar o vazio — mas o vazio é onde mora a reflexão e até as ideias mais geniais!

Lidar com o tédio é um exercício de presença. Ele nos faz perceber o quanto estamos ocupando a mente com coisas que nem sempre importam. Sem ele, ficamos presos num ciclo de busca incessante por distrações que, no final, nos deixam mais cansados do que renovados.

Se tudo ao nosso redor está sempre nos estimulando, quando é que encontramos espaço para criar, pensar e, principalmente, sentir?

Talvez o maior problema em fugir do tédio seja que também fugimos de nós mesmos. Talvez no tédio esteja a sua próxima grande ideia, uma resposta que você está buscando ou simplesmente o alívio de perceber que nem tudo precisa ser preenchido.

✨ O tédio não é o problema. Ele é o convite. O convite para parar e finalmente escutar o que o silêncio tem a dizer.

— Gabi